O empresário Joseph Madeira foi preso durante uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga supostos desvios de dinheiro destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia. A operação, batizada de Fames-19, também cumpriu mandados contra o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, e seus dois filhos.
A prisão de Joseph Madeira ocorreu porque, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, a PF não encontrou o celular do empresário, que deveria ser apreendido. O advogado de Joseph afirmou que o empresário não estava em casa no momento da busca, mas que, ao ser contatado, colaborou prontamente com as autoridades. No entanto, o delegado que conduzia a operação considerou a ausência do celular uma obstrução, dando voz de prisão ao empresário, o que foi classificado como abuso de poder pela defesa.
Joseph Madeira é presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada e da Associação Comercial de Palmas (Acipa). Após a prisão, ele foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Palmas para exame de corpo de delito e, em seguida, transferido para um presídio da capital.
A operação Fames-19, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), teve como objetivo cumprir 42 mandados de busca e apreensão em investigações que apuram desvios de recursos públicos na compra e distribuição de cestas básicas durante a pandemia de COVID-19. As empresas envolvidas teriam recebido o pagamento integral pelos contratos, mas entregado apenas parte dos produtos acordados.
O caso também envolve outros políticos e empresários, e a investigação está sob sigilo. O governador Wanderlei Barbosa, que na época era vice-governador, e a primeira-dama do estado, também estão entre os alvos da operação. Todos negam envolvimento e afirmam colaborar com as investigações.
A operação foi nomeada Fames-19, em referência à insegurança alimentar causada pela pandemia e ao ano em que o coronavírus foi identificado.