O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a autonomia do Banco Central nesta terça-feira (18), afirmando que a medida aumentou a credibilidade da política monetária do país.
Durante sua participação no evento CNN Talks, Lira destacou: “A autonomia do Banco Central, às vésperas do Copom, aumentou a credibilidade da nossa política monetária. O nosso arcabouço fiscal e a reforma tributária racionalizam a nossa política fiscal.”
Ele também ressaltou que a Câmara dos Deputados tem conduzido o país na direção correta, apoiando reformas econômicas e resistindo a retrocessos.
As declarações de Lira surgem em meio às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. Em entrevista à rádio CBN na mesma terça-feira, Lula afirmou que o presidente do Banco Central tem viés político e criticou o ritmo de cortes na taxa básica de juros, descrevendo-o como “uma coisa desajustada”. Lula também questionou a participação de Campos Neto em um jantar no Palácio dos Bandeirantes, insinuando uma possível candidatura a um cargo no governo de São Paulo.
O Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou suas reuniões nesta terça e continuará na quarta-feira (19), com a possibilidade de decidir por um novo corte na Selic. Desde a última reunião em maio, o colegiado reduziu o ritmo e espera-se que mantenha o corte em 0,25 ponto percentual.
Em 2021, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei complementar 179/21, conferindo autonomia operacional ao Banco Central, com mandatos fixos para o presidente e diretores. No entanto, o orçamento da instituição ainda é vinculado ao governo federal. Campos Neto tem trabalhado para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65/23, que visa a autonomia fiscal e orçamentária do BC, atualmente em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal.