O líder indígena da Comunidade Catu, situada no Agreste do Rio Grande do Norte, recorreu às autoridades após enfrentar ameaças decorrentes de suas denúncias sobre o desmatamento ilegal de terras comunitárias em processo de demarcação. Após registrar um boletim de ocorrência, relatando o incidente em que dois indivíduos desconhecidos procuraram por ele na residência de seu irmão, o cacique solicitou proteção policial.
O Ministério Público Federal (MPF) enviou um ofício ao Comando da Polícia Militar do estado, instando medidas para assegurar a segurança do líder indígena. As terras em questão estão localizadas na Área de Proteção Ambiental Piquiri-Una, nos municípios de Goinaninha e Espírito Santo. Recentemente, a Polícia Federal indiciou dois empresários pelo desmatamento nessa área.
Além de denunciar as atividades ilegais, o cacique colaborou com as autoridades na localização do local desmatado, onde equipamentos foram apreendidos. No entanto, desde suas denúncias, ele tem enfrentado ameaças, como evidenciado pelo incidente em sua residência.
O MPF solicitou à Polícia Federal uma investigação urgente sobre as ameaças sofridas pelo líder indígena, bem como uma possível relação entre essas ameaças e suas denúncias. Paralelamente, o MPF está conduzindo um Inquérito Civil para apurar o desmatamento, queimadas e extração ilegal de madeira no território da Comunidade Catu, visando a proteção dos interesses dessa comunidade.
Anteriormente às ações da PF, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) autuou um empresário e notificou outro, responsáveis pelo desmatamento. O bioma da região, caracterizado como mata atlântica, tem sido severamente afetado por essas práticas ilegais.